Aqueles dois - Caio Fernando Abreu
- Clara Suaiden
- 25 de out. de 2015
- 2 min de leitura
Olá gente,
Nem te conto meu conto de hoje.
O nome é “Aqueles dois” do escritor, jornalista e dramaturgo Caio Fernando Abreu. Conta a história de dois colegas de trabalho, Raul e Saul, que encontram um no outro conforto após decepções amorosas e profissionais. Com o tempo os dois foram se aproximando e o preconceito dos colegas da repartição foi surgindo.
Ambos reconhecem o lugar de trabalho como um “deserto de almas”, o que uniu eles mais ainda, eles passaram a se encontrar fora do trabalho e sentiam falta um do outro nos fins de semana. Depois de um tempo eles foram demitidos pois segundo o chefe, o comportamento deles era inadequado. Como eles eram os únicos que tinham alma, quando saíram os colegas sentiram que nunca mais iriam ser felizes novamente e, de acordo com o conto, não foram.
Foi publicado em 1982, e se nos dias de hoje a homofobia ainda é um assunto tratado com preconceito antigamente esse preconceito era ainda maior. Será que é justo duas pessoas serem demitidas só por causa de suposições de colegas de trabalho? Na minha opinião isso é mais do que absurdo. Os dois protagonistas não foram vítimas de nenhuma violência corporal, mas trata-los daquela forma foi um tipo de violência. Por que a opção sexual de cada pessoa deveria importar tanto a ponto de ela perder um emprego? Devemos nos perguntar quando isso vai acabar e até que ponto essa situação vai.
Na minha opinião, todos os tipos de preconceito só irão acabar se autores como Caio Fernando de Abreu continuarem a discutir sobre esses temas em seus textos, as pessoas também devem discutir e acabar com o preconceito se não a homofobia e o racismo por exemplo nunca vão acabar, mesmo escondidos continuarão existindo. Na última década crimes de razão com pré-textos de homofobia aumentaram muito e sem a conscientização continuarão aumentando cada dia mais.
É um conto muito bom, fala de um problema real, o preconceito das pessoas. Nesse caso a homofobia já que os dois foram demitidos somente por serem próximos, foi um preconceito abafado, as pessoas denunciaram ao chefe por meio de cartas anônimas apesar de a relação não ser algo concreto. Quando no final do conto se diz que ninguém mais foi feliz após ambos saírem, de certa forma mostra que eles eram os únicos que possuía alma no meio de um “deserto de almas”.
Clara Suaiden
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